quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

GEOGRAFIA INDUSTRIAL


Robótica, Automação e uma Nova Revolução Industrial


“Durante 200 anos, a manufatura e a montagem sofreram muitas modificações, mas quaisquer que tenham sido as inovações de Taylor e Ford, ou da produção just-in-time, o elemento-chave era a reunião de seres humanos num lugar de trabalho. Estamos testemunhando agora uma revolução promovida pela tecnologia, que se afasta desse processo; ao substituir os trabalhadores das fábricas por robôs, para aumentar a produtividade, a automação retira um número cada vez maior de seres humanos da fábrica, até que talvez restem apenas poucos supervisores.”
(KENNEDY 1995)

A teoria de que automatização gera maior produção. Maior produção gera a produtividade. A produtividade gera preços baixos. Preços baixos aumentam a demanda, aumentando por sua vez a produção que em seu turno aumenta o nível dos empregos, é rejeitada por vários autores e intelectuais, já que a cadeia é correta a não ser na sua conclusão: a produção hoje não aumenta o nível dos empregos, mas sim, traz mais automatização reduzindo o trabalho dos seres humanos.
Na realidade, estamos presenciando neste fim de século, um declínio no nível dos empregos e uma drástica redução do poder aquisitivo da população mundial. Os trabalhos perdidos pelo ser humano para as máquinas nunca mais serão feitos por homens, a automatização proveniente de máquinas e computadores, oferece um ganho em produtividade e uma redução de custos, que a princípio oferece a falsa visão que mais pessoas poderão entrar no mercado de consumo e adquirir bens. O mesmo produto que era inatingível para alguns consumidores, décadas atrás, hoje em dia está nas prateleiras a preços muito acessíveis. Mas a questão é: se as pessoas estão desempregadas, qual seria o preço justo a se pagar por um produto?
As novas tecnologias da informação e da comunicação têm tanto aumentado o volume, quanto acelerado o fluxo de atividade em cada nível da sociedade. A compressão de tempo requer resposta e decisões mais rápidas para continuar competitivo. Na era da informação, "tempo" é uma mercadoria crítica e as corporações, atoladas nos antiquados esquemas gerenciais hierárquicos, não podem esperar tomar decisões com rapidez suficiente para acompanhar o fluxo de informações que requerem resolução.
Hoje, um número crescente de empresas está desfazendo suas hierarquias organizacionais e eliminando cada vez mais a gerência média com a compressão de várias funções em um processo único. Também estão usando o computador para desempenhar as funções de coordenação anteriormente executadas por muitas pessoas que, em geral, trabalham em departamentos e locais separados na empresa. Os departamentos criam divisões e fronteiras que inevitavelmente reduzem o ritmo do processo decisório. As empresas estão eliminando essas fronteiras com a reorganização dos funcionários em redes ou equipes de trabalho. O computador tornou tudo isso possível. Agora, qualquer funcionário, em qualquer ponto dentro da empresa pode acessar todas as informações geradas e dirigidas através da organização.
A partir do século XX, especialmente após a 2ª Guerra Mundial, países do chamado terceiro mundo, também passaram por processos de industrialização, como é o caso do Brasil. Nesses países foi muito marcante a presença do Estado nacional no processo de industrialização, e das empresas multinacionais (empresas estrangeiras), que impulsionaram esse processo, e fizeram que alguns países da periferia do mundo hoje sejam potências industriais. Só que diferentemente do que ocorreu nos países do mundo desenvolvido, a industrialização não resultou necessariamente na melhoria de vida das populações, ou no desenvolvimento do país, pois esse processo nos países subdesenvolvidos se deu de forma dependente de capitais internacionais, o que gerou um aprofundamento da dependência externa, como o que é expresso através das dívidas externas, além do que, as indústrias que para cá vieram por já serem relativamente modernas não geraram o número de empregos necessários para absorver a mão de obra cada vez mais numerosa que vinha do campo para as cidades, isso fez com que ocorresse um processo de metropolização acelerado, que não foi acompanhado de implantação de infra-estrutura e da geração de empregos, o que gerou um dos maiores problemas dos países subdesenvolvidos hoje o inchaço das grandes cidades, com os problemas decorrentes do mesmo.

Na década de 1970, a crise do petróleo fez com que emergisse para o mundo algo que já vinha sendo gerado no decorrer do século XX, a 3ª Revolução Industrial, também chamada de Revolução tecnocientífica informacional.
Esta por sua vez correspondia aos avanços tecnológicos em especial da informação e dos transportes, representado por invenções, como por exemplo, a Internet, e os aviões supersônicos. Os avanços nesses setores tornaram o mundo menor, encurtaram as distâncias e em alguns casos aniquilaram o espaço em relação ao tempo, como o que vemos com a telefonia, dentre tantos outros exemplos.
Tudo isso gerou e tem gerado transformações colossais no espaço geográfico mundial, as indústrias buscam a inovação, investem em novas tecnologias, em especial naquelas que poupem mão de obra como a robótica, o desemprego estrutural se expande. Antigas regiões industriais entram em decadência com o processo de desconcentração industrial, surgem novas regiões industriais. Surge a fábrica global, que se constitui na estratégia utilizada pelas grandes empresas internacionais de produzir se utilizando das vantagens comparativas que oferecem os variados países do mundo. A terceirização, também torna-se algo comum, como o que ocorre com empresas de calçados como a NIKE, que não tem um único operário em linhas de produção, pois não produz apenas compra de empresas menores.
Fruto também da revolução tecnocientífica informacional, surgem os chamados Técnopolos, locais, que podem ser cidades ou até mesmo bairros onde se instalam empresas de alta tecnologia como uma Microsoft, em geral associadas a instituições de pesquisa como universidades. É o caso do Vale do Silício nos EUA, Tsukuba no Japão, e cidades como Campinas e São Carlos no Brasil.

Hoje a presença de multinacionais já faz parte do cotidiano de milhões de pessoas no mundo todo, elas comandam os fluxos internacionais, e em alguns casos chegam a administrar receitas muito superiores a de vários países do mundo.
As maiores multinacionais do mundo são dos EUA, seguidas de japonesas e européias. Empresas desse tipo surgidas em países do mundo subdesenvolvido ainda são poucas, e não tão poderosas como dos primeiros.
No Brasil, a chegada delas se deu, principalmente a partir do governo de JK, que abriu a economia nacional ao capital internacional proporcionando grande internacionalização da economia, por outro lado também beneficiou multinacionais, como por exemplo, na opção pela via rodoviarista de transportes para o Brasil, que naquele momento atraiu várias multinacionais produtoras de automóveis, mas que condenou os brasileiros a pagarem os custos mais elevados desse tipo de transporte.
Hoje a presença delas no Brasil é muito intensa e numerosa, elas sendo responsáveis por grande parte da drenagem de capitais que saem do país através das remessas de lucros.





Bibliografia:
www.portaldomarketing.com.br/ Artigos/O%20Fim%20dos%20Empregos.htm
http://www.ime.usp.br/~is/ddt/mac339/projetos/fim-dos-empregos/tercRevInd.htm
http://pessoal.educacional.com.br/up/4770001/1306260/t1314.asp

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