segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

GEOMORFOLOGIA DO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA

O Município de Uberlândia é limitada pelas coordenadas geográficas: 18°30’ de latitude sul e 47°50’ de longitude oeste de Greenwich. Essa área insere-se nas Chapadas Sedimentares da Região do Triângulo Mineiro, as quais foram esculturadas em rochas sedimentares, sobretudo do Grupo Bauru, representadas principalmente pelos arenitos das Formações Marília, Adamantina e Uberaba, e da Formação Botucatu do Grupo São Bento. Algumas de suas bordas são mantidas pelo arenito com cimentação carbonática ou silicosa. Outra pelos derrames basálticos da Formação Serra Geral do Grupo São Bento. Os entalhes mais profundos feitos pelos grandes rios, como o Paranaíba e o Araguari, atingem o embasamento do Pré-Cambriano, representado principalmente pelos xistos do Grupo Araxá.

O relevo do Município de Uberlândia faz parte de um conjunto global de formas denominado por AB’SABER (1971) Domínio dos Chapadões Tropicais do Brasil Central. Esse relevo vem sendo elaborado desde o Terciário e durante o Quartenário pelos processos morfoclimáticos, os quais propiciam extensas pediplanações, pedimentação, laterização e dissecação, levando o relevo a possuir as formas atuais.

A história paleogeográfica imprimiu nessa paisagem do interior do Brasil unidades morfológicas bem definidas e comandadas na atualidade por diferenciações morfogenéticas no nível das vertentes. BACCARO (1989) definiu três grandes unidades morfológicas no Município de Uberlândia: a) área de relevo dissecado; b) área de relevo intensamente dissecado; c) área de cimeira com topos planos e largos.

O Município insere-se no Domínio Natural dos Cerrados, onde se encontram diversos tipos fitofisionômicos, como a mata mesofítica (de galeria e de encosta) e a mata xeromórfica (cerradão), diversos tipos savânicos, como o campo cerrado e o campo sujo, além do tipo campestre, representado pelos campos úmidos e veredas (SCHIAVINI, ARAÚJO, 1989).

Os solos, segundo os estudos da EMBRAPA (1980), apresentam uma maior porcentagem em área do tipo Latossolo Vermelho-escuros álico, coincidindo genericamente com a área de relevo dissecado. Outra grande porção é constituída pelo Latossolo vermelho-escuro distrófico, o qual ocupa uma grande área do médio curso da bacia do rio Uberabinha. O latossolo Vermelho-amarelo álico aparece principalmente nas porções mais altas do Município, ou seja, nas cabeceiras e topos interfluviais dos Rios Uberabinha e Bom jardim. O latossolo Roxo distrófico e eutrófico surgem nas vertentes e interflúvios do baixo curso do Rio Uberabinha e nas médias e altas bacias dos afluentes do Rio Araguari.

O podzólio Vermelho-amarelo eutrófico e o Cambissolo eutrófico está presente nas aproximidades do fundo de vale do Rio Araguari com seus afluentes. Os solos designados por glei húmico álico e distrófico são encontrados em muitos fundos de vales, como no alto curso do Rio Ubrabinha, no médio curso do Bom Jardim, em muitos afluentes dos ribeirões Douradinho, Estiva e no Rio Tejuco. Também aparecem suspensos nas médias vertentes, sobre crostas lateríticas.

Área de Relevo Medianamente Dissecado: correspondem ao setor com topos aplainados entre 700 e 900 metros de altitude, de vertentes suaves, interrompidas por rupturas locais mantidas pela laterita, onde ocorrem pequenos anfiteatros mais convexizados e elaborados, preferenciais para o afloramento do lençol subterrâneo. O substrato é formão principalmente pelos arenitos da Formação Adamantina, recobertos pelos sedimentos da cobertura Cenozóica, Alguns canais de drenagem têm seu nível de base nos basaltos da Formação Serra Geral.

Área de Relevo Intensamente Dissecado: corresponde à borda da Chapada de Uberlândia, entre 650 e 800 metros de altitude, apresentando uma porção mais elevada com topos aplainados por volta de 900 e 950 metros de altitude, fazendo parte de uma grande chapada e se estender por toda essa região de Uberlândia e Araguari, remanescente de uma antiga superfície aplainada e a mais conservada nessa região do Triângulo Mineiro, correspondendo à superfície Sul Americana, elaborada a partir do Cretáceo Superior até o Terciário (Plioceno), caracterizada por extensos pediplanos e crostas lateríticas, num clima áspero e semi-árido. As feições morfológicas estão relacionadas às litologias representadas pelo basalto e pelas rochas do Complexo Goiano do Grupo Araxá predominantemente, com uma presença também significante dos arenitos do Grupo Bauru e das Formações do cenozóico.

Área de Relevo de Topos Planos e Largos: está localizada entre 1000 e 1100 metros de altitude, vales espaçados com pouca ramificação da drenagem, vertentes com baixas declividades sustentadas pelo arenito da Formação Marília, recobertas pelos sedimentos do Cenozóico, ocorrendo uma massa significativa de solos hidromórficos próximas aos canais fluviais.

Nenhum comentário: